#Profetizo, do cantor Regis Danese.

14 de jan. de 2012

Cristolândia vira refúgio de dependentes após operação da PM

Missão batista vira refúgio em meio ao conflito da PM e usuários na cracolândia.



Uma operação policial foi deflagrada em 3 de janeiro na região de São Paulo conhecida como cracolândia, onde centenas de pessoas comercializavam e faziam uso de drogas a céu aberto. A maioria dos dependentes que saiu da região não tinha para onde ir.

Muitos, porém, decidiram buscar abrigo na alameda Barão de Piracicaba, 509, local onde funciona  a Cristolândia, misto de igreja e centro comunitário, que funciona naquele endereço há quase dois anos. O projeto é financiado pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira.

“Estou correndo do cachimbo [de crack] e dos homens. Aqui a polícia deixa a gente em paz”, explica Daiane Soares, 26, uma das pessoas abrigadas ali. Ela diz que está esperando uma vaga em uma clínica da missão para se tratar junto com o namorado, Wesley, 20.

Depois dos tumultos envolvendo a presença ostensiva da PM na região, a missão Batista passou a funcionar 24 horas, em esquema de plantão. Sua proposta é clara: fazer os usuários de drogas trocarem o “crack por Cristo”.

Desde que teve início, o projeto encaminhou cerca de mil usuários para internação e centros de formação evangélica. Mas nas duas últimas semanas, o número de internações encaminhadas pela Cristolândia, bateu o recorde de 90.

O pastor Humberto Machado, 53, coordenador da missão, explica: “Fazíamos uma média de 40 por mês. Já chegamos ao dobro disso em dez dias e vamos abrir novas 200 vagas”.
Na última terça-feira, a Cristolândia passou por um teste de credibilidade, quando uma ronda da PM tentou retirar da calçada vários usuários de drogas. “Aqui é solo sagrado”, alertou o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral de Rua e que visita frequentemente a missão batista. A PM recuou.

Os gastos da Cristolândia são de aproximadamente R$ 70 mil por mês.  O custo é bancado por ofertas de igrejas Batistas de todo o país. Para atrair usuários de crack para os cultos matutinos, são oferecidas refeições, além de local para banho e roupas limpas.

Ninguém sai do local sem ouvir o evangelho. “Deus não criou você para ser um verme na cracolândia”, prega o pastor Humberto, que é ex-usuário de cocaína. Ele conta sua experiência para mostrar que todos os usuários podem mudar. “Cheirava cocaína dia e noite, comia lixo, fui preso e humilhado. Só via trevas”, relata durante um culto na cracolândia.

Humberto conta com uma grande equipe de voluntários. Vestindo camiseta amarela, eles percorrem as ruas do centro de São Paulo em busca de usuários de crack. Eles são os “Radicais”, missionários batistas na Cristolândia.
Os missionários procuram conversar com os craqueiros e atraí-los aos cultos. Muitos dos que aceitam o convite saem transformados.  Hideraldo Moacyr, 34, é um ex-morador de rua da Cracolândia que hoje  veste sua camiseta amarela de Radical.

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